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Anna Goldberg

Acesso Aberto: Uma viagem através do tempo

Atualizado: 16 de ago. de 2022



A história da antiga biblioteca de Alexandria, construída 3 séculos antes de Cristo chega até nós

como um marco da importância que a guarda do conhecimento sempre teve para as civilizações,

com acesso aberto a todo e qualquer leitor com “acesso permitido”, em Ur na Babilônia, em

Alexandria, em Timbuktu no Mali, na Europa medieval, e nos dias de hoje, em todo e qualquer país.


Eu não sabia, mas, Zenodoto foi um gramático e filólogo grego que não só introduziu o conceito de

ordem alfabética que usamos até hoje, mas também foi designado diretor e bibliotecário em

Alexandria (https://factrepublic.com/facts/33526/). Soube dele porque o seu nome foi emprestado

pelo site Zenodo, um dos bancos de publicações de acesso aberto disponíveis hoje para uso de

todos.


De acordo com matéria de agosto de 2022, há, atualmente, 21 sites perfeitamente legítimos

de busca de publicações científicas de acesso aberto

(https://www.scribendi.com/academy/articles/free_online_journal_and_research_databases.en.html)

e Zenodo é um deles. O campeão é o CORE, no Reino Unido, que disponibiliza mais de 200 milhões

de publicações, mas, fazem parte dessa lista os sites da PLoS, arXiv, DOAJ e Science Open, todos

bem conhecidos. Em contraposição, o Sci-Hub faz isso indistintamente da publicação ser de acesso

aberto ou não, infringindo, portanto, as leis de direito autoral. E é suspeito pois veicula informações

apenas em inglês e russo, e tem uma origem obscura. Sua conta no Twitter foi recentemente

suspensa.


Não é uma situação sem controvérsias, pois há todo um movimento de apoio ao Sci-Hub,

por defender o acesso a todo o conhecimento de forma livre e desimpedida.

Por outro lado, noticia do final de 2021 dá conta que Carl Malamud, cujo sobrenome, curiosamente,

significa professor em hebraico, acaba de disponibilizar um banco de dados gigantesco com mais de

350 bilhões de palavras e fragmentos de sentenças de, no máximo, 5 palavras, derivadas de

publicações de cunho científico.


O tecnólogo alega que, dessa forma, ele não está violando as leis

de direito autoral e ao mesmo tempo, está permitindo a mineração de textos (text mining). Essa base

de dados chama-se General Index e vem adicionar mais lenha na fogueira das discussões sobre o

acesso aberto. Está interessado? Pode ler mais em (doi: https://doi.org/10.1038/d41586-021-02895-

8) .

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