Credibilidade e impacto são as duas faces da boa pesquisa. Mais uma frente de combate à fraude!

Na entrevista, no Chemistry World, de Nandita Quaderi , vice-presidente sênior da Clarivate e editora-chefe do Web of Science (WoS), aprendemos que a empresa está tomando providências sérias para identificar e retirar da sua plataforma, as revistas predatórias ou adulteradas por procedimentos que buscam aumentar o número de publicações e principalmente o número de citações (https://www.chemistryworld.com/news/how-clarivate-is-clamping-down-on-bad-actors-in-academic-publishing/4021494.article). Desde 2003, a empresa usa diversos instrumentos à base de inteligência artificial para identificar as revistas suspeitas.

Essas, em seguida, passam pelo pente fino para se decidir se ficam ou se serão retiradas da listagem oficial. Mais de 150 revistas já foram retiradas.

Para se ter uma ideia do tamanho da tarefa, a plataforma WoS hoje indexa, conta citações e calcula o fator de impacto de 22000 revistas! Esse trabalho é crucial pois, como ela chama, os maus atores buscam turbinar as suas citações e seu cacife profissional usando dessas estratagemas. Ao retirar a revista da WoS, todos saem perdendo pois a empresa deixa de calcular o fator de impacto e de contar citações de todos os artigos, incluindo os de pesquisadores honestos que acabaram publicando seus artigos na mesma revista. Nas palavras dela: Impacto sem credibilidade de nada vale!

E atenção, caro leitor, até no Peru, nosso país vizinho, já há notícias de vendas de autoria. A nova modalidade inclui a venda por Whatsapp e Telegram, por 2 a 3 mil dólares. Por exemplo, sob o titulo de Articles in Scopus’ e ‘Publish Scopus’, oferecem autoria em revistas Q1 e Q2. Essas empresas integram uma rede de empresas semelhantes espalhadas pelo mundo, incluindo o Brasil. Em resposta a essas denúncias, instâncias do governo peruano trabalham para aprovar uma nova legislação mais restritiva que penaliza os fraudadores. Consulte (https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1002/leap.2014) para saber mais detalhes desse mercado negro de publicações.