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  • Anna Goldberg

Especial de Dias das Mães

Atualizado: 10 de mai.


Em homenagem à data de 12 de maio de 2024, resolvi escrever sobre ser mãe e ser cientista, uma assunto que finalmente, vêm adquirindo a relevância que merece. Sou mãe de 3 filhos e criei-os em paralelo à luta de se fazer ciência de qualidade nas décadas de 70, 80 e 90. Defendi meu mestrado, literalmente, entre uma mamada e outra, seio pingando e meu bebê chorando lá fora no colo da minha sogra. Naquela época não tínhamos nenhum apoio e ao contrário havia um enorme preconceito, já que se considerava que a maternidade "atrapalhava" e até "finalizava" a carreira de uma pesquisadora e mãe.


As coisas começaram efetivamente a mudar quando a CAPES instituiu a licença maternidade ao final de 2011. A FAPESP, em 2013, seguiu seus passos e as pesquisadoras grávidas passaram a ter direito de receber 120 dias de licença, mantendo a bolsa durante o período.  No entanto, a "perda" de produtividade durante os períodos de amamentação e cuidados com as crianças ainda pequenas é um fato que prejudica, e muito, as carreiras acadêmicas das jovens mães. Ao sofrer com os mesmos empecilhos, a bióloga Fernanda Staniscuaski, professora da UFRGS resolveu agir. Além de postagens sobre o assunto, iniciou, em 2016, o que viria a ser o movimento Parent In Science, para conscientizar e dar voz às questões ligadas à maternidade e paternidade nas universidades e institutos de pesquisa.


A ideia vingou, o projeto alcançou vitórias importantes e até exportou o modelo para vários outros países da América Latina. Por fim, ganhou o Prêmio Nature para Mulheres Inspiradoras na Ciência 2021, notícia veiculada por toda a mídia. Agora, em maio de 2024, em homenagem ao Dia das Mães, a FAPERJ, ao lado do Instituto Serrapilheira e do movimento Parent in Science, lançou um inédito edital de Apoio às Cientistas-Mães com Vínculo em ICTs do Estado do Rio de Janeiro, para financiar essas pesquisadoras no desenvolvimento de seus projetos de pesquisa quando voltam à vida acadêmica (FAPERJ).


O Brasil está lentamente progredindo nessas questões, mas os empecilhos ainda estão por toda a parte. Relatos de concursos perdidos, bolsas negadas, preconceito, noites sem dormir para não perder experimentos e mostrar que "dão conta" do recado, são muitos. Três exemplos publicados no blog Ciência fundamental do jornal A Folha de São Paulo são ilustrativos.



Parabéns às mães-cientistas!


A bióloga e mãe de três filhos Fernanda Staniscuaski é uma das criadoras do Parent In Science (BBC News Brasil, 24/11/2021. É possível ser cientista e mãe': grupo brasileiro que debate maternidade e carreira acadêmica ganha prêmio internacional)

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