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  • Anna Goldberg

Exercendo liderança: Cap. 4 Pioneirismo em integridade científica e reflexões finais


Ao final de 2015, recebi uma missão adicional: desenvolver e implementar a integridade na pesquisa em toda a instituição. O plano inicial para uma integridade científica ativa na instituição foi, assim, concebido, aprimorado e testado ao longo do ano de 2016 e início de 2017. O Escritório de Integridade Científica foi oficialmente lançado em junho de 2017. O trabalho foi inicialmente realizado por um comitê de 4 membros, representando não apenas o IIEP, mas também a área clínica (Hospital) e o setor diagnóstico (Laboratório Clínico) da instituição. Em consonância com o contínuo esforço para melhoria das atividades de pesquisa, definimos que não apenas receberíamos denúncias anônimas (canal de denúncias), mas que também realizaríamos auditorias rotineiras em projetos em andamento e publicações recentes de toda a instituição.


Usando informações de todos os projetos de pesquisa institucionais disponíveis em nosso banco de dados iSearchÆ, implementamos auditorias estritamente confidenciais de projetos escolhidos aleatoriamente, sejam com mais de 50% dos dados coletados (geralmente em andamento por um ano ou mais), finalizados nos três anos anteriores ou publicados nos últimos cinco anos, sendo, portanto, auditorias de natureza preventiva. Aumentamos gradualmente as demandas das auditorias, inicialmente mais como um processo de coleta de informações, amadurecendo gradualmente para uma avaliação estruturada e mais completa, que incluía revisão de dados brutos e prontuários médicos, termos de consentimento informado e documentos de Comitê de Ética, detalhamento da autoria e verificação de plágio. Fiquei responsável pela Integridade Científica até deixar a instituição em agosto de 2020. Nesse ponto, mais de 100 auditorias já haviam sido concluídas, o que contribuiu para aumentar a qualidade e a integridade científica em toda a instituição. No entanto, também aprendemos que mais trabalho educacional era necessário e, de fato, a integridade científica e as boas práticas passaram a fazer parte dos cursos de graduação e pós-graduação da instituição.


Embora tenha levado um bom tempo para eu entender completamente o porquê dos caminhos que escolhi, com o tempo ficou claro para mim que sempre preferi o trabalho compartilhado e a parceria com outros pesquisadores e que, sempre que possível, optei por trabalhar de forma multidisciplinar. Esse aspecto da minha personalidade me levou a estudar e trabalhar em várias áreas diferentes: fisiologia humana e bioquímica, imunogenética, transplantes, genética e biologia celular. Também me permitiu participar ativamente da formatação da pós-graduação em Ciências da Saúde da instituição (2014) e ser uma pioneira no Escritório de Integridade Científica (2015-2020). Todas essas experiências me deram o entendimento e os conhecimentos para liderar um laboratório multiusuário, um trabalho no qual, por sua vez, adquiri novas habilidades, como a capacidade de tomar decisões rápidas, comunicar efetivamente com diferentes categorias de pessoal, gerenciar conflitos, construir equipes, organizar eventos e muito mais. No entanto, a pesquisa e a educação sempre estiveram no cerne da minha missão e valores.


Após uma vida inteira trabalhando com pesquisa experimental, participando de projetos translacionais e clínicos e exercendo liderança em capacidades administrativas e educacionais, cheguei ao meu último trabalho, onde espero mostrar às gerações seguintes o que aprendi e pratiquei todos esses anos, mantendo a integridade científica e buscando a excelência em pesquisa. Na esperança de deixar um guia mais duradouro, iniciei a Goldberg Consultoria (www.fagoldberg.com.br) que tem como missão ajudar a desenvolver a integridade na pesquisa onde quer que seja procurada.

Por fim, na alvorada dessa nova era de enormes avanços na medicina, biotecnologia, bioengenharia e inteligência artificial, grandes modelos de linguagem, chatbots, e mais, acredito firmemente que nunca devemos esquecer que sempre se trata das pessoas.


A liderança nunca é um "tamanho único" e talvez a capacidade de se adaptar à cultura organizacional sem perder o foco no que se pretende realizar seja o que abre o caminho para uma liderança eficaz e bem-sucedida. Em minha opinião, exercer liderança é sobre construir equipes e liderar pessoas. São as pessoas que nos fazem alcançar a excelência e nos esforçarmos para aprimorar capacidades a fim de alcançar o sucesso. Isso também significa que a maior parte do tempo devemos prestar atenção às pessoas e às suas necessidades. As pessoas não são as mesmas todos os dias. Eu até, por algum tempo, instituí um "dia da fúria": todos os funcionários tinham permissão para ficar nervosos ou irritados um dia a cada semestre, sem serem repreendidos ou punidos de nenhuma forma! Na minha opinião, todos devem ter alguma margem de manobra para não alterar seus hábitos de trabalho e suas melhores rotinas. Além disso, quando precisamos fazer mudanças e nem todos estão de acordo, teremos criado a confiança e incentivado o bom humor que ajuda as pessoas a se adaptarem às mudanças necessárias que talvez não sejam tão bem-vindas.


AGRADECIMENTOS: Gostaria de agradecer aos muitos funcionários e colegas que não foram incluídos como autores deste texto, mas que estiveram intimamente envolvidos no trabalho de tornar o Instituto Israelita de Pesquisa Albert Einstein uma realidade. Meus agradecimentos especiais ao Diretor Luiz Vicente Rizzo, que me deu toda a liberdade para seguir o que eu considerava ser o melhor caminho.


Chapter 4. Pioneering research integrity and final thoughts


At the end of 2015, I received a further mission: to develop and implement Research Integrity

throughout the institution. The initial plan for an active institutional Research Integrity was thus born,

perfected, and tested throughout the year of 2016 and beginning of 2017. The Office for Research

Integrity was officially launched in June 2017. Work was initially done by a Committee of 4 members,

representing not only IIEP but also clinical (Hospital) and diagnostic (Clinical Laboratory) areas of the

institution. In consonance with the continuous drive towards improvement of research activities, we

defined that we would not only receive anonymous complaints (whistleblowers), but that we would

actively pursue routine auditing of ongoing projects and recent publications from the whole institution.

Using information of all institutional research projects available on our database iSearch, we

implemented strictly confidential auditing of projects chosen in randomized fashion, either with more

than 50% of data collected (usually ongoing for a year or more), finalized in the previous three years,

or published in the last five years, and. therefore, audits of a preemptive nature. Auditing increased

gradually its demands, initially more as an information gathering process, maturing gradually into a

structured and more complete evaluation, which included revision of raw data and medical records,

informed consents and Ethics Committee documents, authorship details, as well as plagiarism

checking. I remained in charge of Research Integrity until leaving the institution in August 2020. At

that point, more than 100 audits had already been completed that served to boost quality and

scientific integrity in the whole institution. However, we also learned that further educational work was

needed and, indeed, scientific integrity and good practices became part of graduate and

undergraduate courses in the institution.

Though it took me quite a while to fully understand the whys of the paths I chose, with time it became

clear to me that I have always preferred shared work and partnership with other researchers and

have whenever possible, chosen to work in a multidisciplinary fashion. This aspect of my personality

led me to learn and work in several different areas: Human Physiology and Biochemistry,

Immunogenetics, Transplantation, Genetics and Cell Biology. It also enabled me to take active part in

the formatting of the institutional Graduation in Healthcare Sciences (2014) and to pioneer the

institutional Office of Scientific Integrity (2015-2020). All these experiences gave me the insights and

the knowledge to lead a core facility, a job where I, in turn, acquired new skills such as the capability

for expedient decisions, effective communication with different types of personnel, conflict

management, team building, event organization, and more. However, research and education were

always at the heart of my mission and values.

After a lifetime of working with experimental research, taking part in translational and clinical projects,

and exercising leadership in administrative and educational capacities, I have come to my last stint of

work, where I hope to show the generations following mine what I have learned and practiced all

these years, while maintaining scientific integrity and striving for excellence in research. Hoping to

leave a more lasting guide I started Goldberg Consultancy ( www.fagoldberg.com.br ) with a mission

to help develop research integrity wherever it might be sought.

Finally, in the dawn of this new era of enormous strides in medicine, biotechnology, bioengineering,

and in artificial intelligence, large language models, chatbots, and beyond, I firmly believe one should

never forget it is always about people.

Leadership is never a one size fits all and perhaps the capacity to blend into the organizational

culture without losing focus on what you intend to accomplish is what paves the way for effective and

successful leadership. In my mind, exercising leadership is about team building and leading people.


People is what makes you achieve excellence and strive to upgrade your capabilities in order to

achieve success. That also means that most of the time you must pay attention to people and their

needs. People are not the same every day. I even for some time instituted a Day of Fury: all staff had

permission to be nervous or angry one day each semester without being admonished or in any way

punished! It is my opinion that everyone must have some leeway so as not to alter working habits and

best routines. Furthermore, when you need to make changes and not everybody is in accordance,

you will have built trust and fostered the good moods that help people adapt to the maybe not so

welcome changes that you need to make.

.

ACKNOWLEDGEMENTS: I would like to thank the many staff personnel and colleagues that were

not included as authors of this text, but that were closely involved in the work of turning the Albert

Einstein Research Institute into a reality. My special thanks to the Director Luiz Vicente Rizzo, who

gave me so much freedom to pursue what I deemed to be the best way forward.


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