Faço aqui uma reflexão a propósito da leitura do artigo escrito por uma jovem pós-graduanda americana Rasha Shraim que cursou Biologia e Filosofia na graduação e depois ingressou no Doutorado na área de Genômica e Epidemiologia Genética (https://www.nature.com/articles/d41586-021-01103-x?utm_source=Nature+Briefi ).
Essa leitura coincide com a minha decisão de fazer um curso de Lógica no Coursera. Buscava aprender um pouco mais sobre estruturas eficientes de ensino online e aproveitei para fazer um curso que, na minha opinião, faz falta na formação de muitos de nossos futuros pesquisadores, isto é, me inscrevi e estou fazendo o curso intitulado: Think Again: How to Reason and Argue (Repense: Como raciocinar e argumentar), organizado e ministrado pela Duke University.
Como muito bem detalhado por Rasha Shraim e, também, por Michael Paul Nelson (https://www.nature.com/articles/d41586-021-02896-7 ), a filosofia pode ajudar nas muitas etapas do fazer ciência (ou fazer pesquisa, como argumenta Michael Nelson que desenvolve seus trabalhos nas áreas humanas).
Além do treinamento em discriminar o joio (fake news e desinformação em geral) do trigo (informações e mídias de qualidade) na argumentação apresentada em artigos científicos e nas mídias sociais, por colegas e professores, ou mesmo na análise de projetos de pesquisa, o estudo da filosofia e da filosofia da ciência permite repensar as metas e a relevância da ciência que pretende fazer, os aspectos éticos de toda e qualquer pesquisa científica, em todas as suas nuances (análises com populações vulneráveis e minorias, cuidados com os animais de experimentação, uso de dados confidenciais, para citar alguns exemplos) e até ajuda a dominar a ciência de dados, com seus operadores lógicos e outras “armadilhas” que as matemáticas apresentam aos mais desavisados. Recomendo!
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