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  • Anna Goldberg

Gestor de ciência: uma boa profissão?


É uma questão apenas de tempo! No exterior, a profissão de gestor de ciência, administrador acadêmico ou gerente de pesquisa já é uma realidade. Por muito tempo visto como um trabalho menor, apenas de apoio, está se tornando cada vez mais uma profissão de respeito. Nos EUA tem até o Dia do Administrador de Pesquisa (25 de setembro), e cursos para certificação do gestor de ciência são encontrados em vários países.


No entanto, há, ainda hoje, uma noção de que cientistas que deixam a carreira acadêmica para ingressar na carreira administrativa são de alguma forma fracassados. Mas, veja que interessante: um levantamento feito em 2019 identificou que, num grupo de 4325 profissionais da área de mais de 70 países, 28% tinham doutorado e 24% tinham mestrado!


É vital que haja a compreensão que administrador e pesquisador possam ser parceiros e que o administrador veio para ajudar o pesquisador a dar conta de suas inúmeras tarefas num universo de crescimento vertiginoso do conhecimento, de forte competição por financiamentos significativos, de relações e colaborações cada vez mais complexas, de demandas crescentes tanto regulatórias como de controles institucionais obrigatórios.


Por outro lado, o conhecimento da vida acadêmica, por exemplo, na forma de um mestrado ou doutorado ou como pesquisador, dá ao candidato a cargos gerenciais um preparo e uma familiaridade com os processos que, em muito, facilitam sua eficiência no trabalho.


No estado de São Paulo, a exigência pela FAPESP da implantação de estruturas de apoio ao pesquisador data do final de 2019 e para auxiliar as instituições, no ano seguinte a FAPESP passou a oferecer treinamento específico (https://fapesp.br/13634/sobre-os-escritorios-de-apoio-institucional-ao-pesquisador-eaip).


A lista de serviços que um escritório de apoio ao pesquisador pode e deve oferecer varia desde a busca de oportunidades de financiamento à pesquisa, auxílio na elaboração de propostas iniciais e de solicitações de reconsideração submetidas às agências de fomento até o suporte para a obtenção de autorizações, certificados e aprovações por comitês, necessários para o desenvolvimentos dos projetos de pesquisa, acompanhamento dos procedimentos para a contratação dos processos aprovados, realização de liberações de recursos, controle de saldos, cotações e aquisições de bens e serviços, preparação de documentos para a realização de importações e elaboração de Prestações de Contas.


O suporte jurídico nas colaborações nacionais e internacionais, o auxílio para assegurar a propriedade intelectual e até o acompanhamento para facilitar e aperfeiçoar a publicação e difusão dos resultados das pesquisas também fazem parte de um sistema que apoia o pesquisador, deixando-o com maior disponibilidade para fazer o seu trabalho essencial. Finalmente, num cenário de exposição e controle crescentes pela sociedade, os comitês e escritórios de integridade científica passam a integrar o âmbito da gestão da ciência, protegendo e valorizando as instituições e ajudando a garantir a idoneidade do conhecimento produzido.


Referências: Shimazoe J. Research Managers and Administrators in Conflicting Organizational Cultures: How Does Their Human Capital Help Professional Survival in Knowledge-Intensive Organizations? LII (1). https://www.srainternational.org/blogs/srai-jra1/2021/03/25/research-managers-and-administrators-in-conflictin; Reardon S. Work: Administration celebration. Nature (595), 322.


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