
No vídeo postado essa semana busco informar um pouco mais sobre armadilhas no uso da estatística. Me lembrei de um livro publicado em 1954 (70 anos atrás!) sob o título: How to lie with statistics de Darrell Huff e outros. Assista o vídeo aqui: https://www.instagram.com/reel/DFbdzliopTV/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==
Um verdadeiro clássico que de forma intuitiva e de fácil compreensão navega pelas manipulações mais comuns feitas com números e dados que acabam passando mensagens falsas e enganando o leitor ou freguês, conforme o caso. Vale a pena ler, para ficar mais esperto quando for ler artigos científicos.
Me lembrei também de publicações minhas, onde a estatística foi uma questão a ser contornada. Num artigo publicado, mais recente, com células mesenquimais de cordão umbilical, estávamos testando uma hipótese, fazendo uma prova de conceito, que se mostrou de forma muito clara após um n=4 amostras, difíceis de obter nas condições necessárias. Nos recusamos a fazer análise estatística, pedida por um revisor. Estatística com um n de 4? Não existe.
O outro, de 2005, analisava amostras de pacientes com imunodeficiência comum variada. Como era de se esperar com amostras de pacientes humanos, havia vários “outliers”, ou seja, dados fora da faixa esperada. Por isso, os dois grupos de pacientes não eram satisfatoriamente comparáveis. O que fazer? Tirar esses dados não pode de jeito nenhum. Então, fizemos o seguinte, uma análise com todos os dados e uma análise com a comparabilidade dos dados demográficos ideal entre grupo controle e grupo experimental, ou seja, sem os “outliers”. Os resultados foram idênticos e publicamos o artigo sem tirar nenhum dado, mas.... incluímos no texto a informação da análise com dados expurgados. Os revisores prontamente aceitaram a publicação, Voltamos com mais, nas próximas semanas!
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