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Anna Goldberg

Notícias pescadas durante as férias de fim de ano :)



1. Rudi de Lange da Tshwane University of Technology: Mais dicas sobre reconhecer as revistas predatórias (https://retractionwatch.com/2023/12/22/journals-going-rogue-authors-beware/#:~:text=Pleading%20emails%20requesting%20papers%20are,to%20part%20with%20their%20work) publicado no Retraction Watch com autorização  da revista Anfasa 2023, 7(4).

Quem já não recebeu aqueles correios eletrônicos usando palavras elogiosas e convidando para uma submissão em revista? Pois é, revistas predatórias simplesmente mentem colocando editores de renome, promessas de adesão às regras éticas da COPE e informando que têm revisão por pares. Cuidado, pois várias destas se escondem em listas (Scopus e Web of Science) de revistas "autorizadas". Dicas de De Lange para detectá-las incluem a mudança recente de endereço do escritório ou do editor, informações para pagamento em locais estranhos e ilógicos se for considerada a filiação da revista, nomes de editores incompletos...Além disso, é útil examinar as últimas edições para verificar se o escopo da revista está mantido, se os editores não são coautores de diversos artigos e se há um número excessivo de edições especiais. No caso relatado aqui, o editor agora é da Academic Research and Development (ARDA) que têm várias revistas todas altamente suspeitas. Todas as revistas pesquisadas pelo autor estão na lista de acreditação elaborada pelo Department of Higher Education and Training (DHETs) da África do Sul. Todo cuidado é pouco!


2. Os chineses estão fazendo a lição de casa!

Nicko Goncharoff, através de sua consultoria para STM discorre no Scholarly Kitchen, sobre a visão da comunidade acadêmica chinesa sobre o acesso aberto, a integridade científica e o papel das editoras em coibir as práticas desonestas numa matéria com o título instigante de: Mind the Gap – Understanding China’sPerspective on Research Integrity and Open Access   (https://scholarlykitchen.sspnet.org/2023/11/15/guest-post-mind-the-gap-understanding-chinas-perspective-on-research-integrity-and-open-access/). Ao longo de 14 páginas mostra dados e conta as percepções veiculadas pelos palestrantes, numa reunião patrocinada pela STM e pela Sociedade Chinesa de Revistas Universitárias. Entre outros assuntos, a comunidade científica chinesa discorda do sistema ouro de acesso aberto que identifica como sendo caro demais e impossível de honrar por países em desenvolvimento em geral e pela China em particular, já que muitos dos preços cobrados por revistas de renome são abusivas.

Achei também muito interessante o fato da Academia Chinesa de Ciências ter hoje uma lista de revistas onde estão classificadas as revistas caras, mas de valor, as caras que cobram preços não razoáveis para o impacto e qualidade que apresentam, as médias que valem quanto cobram e uma lista de revistas suspeitas (predatórias?). A International Early Warning List (EWL) lista aquelas com baixo índice de rejeição de manuscritos apesar de taxas de cobrança relativamente altas e identifica aquelas que devem ser evitadas, pois não terão seus custos pagos pelo governo (APCheck service - http://gooa.las.ac.cn/APCheck/). Adicionalmente, o gráfico abaixo ilustra onde se situam as revistas não razoáveis no conjunto geral das publicações acadêmicas.



O resultado prático da emissão dessa lista de aviso prévio foi a queda vertiginosa de submissões e da entrada de dinheiro nessas companhias editoras suspeitas. Bingo! Uma visão inovadora que tenta endereçar as questões da publicação científica com ética e qualidade, pelos pesquisadores chineses.


3. Vergonha alheia: Mario Saad, professor titular da UNICAMP soma mais 4 avisos de atenção (expression of concern) publicados pela prestigiosa revista Diabetes. que vem se juntar às 19 retratações já existentes. Dispensa comentários. Richard van Noorden na revista Nature informa que o ano de 2023 contabilizou mais de 10.000 retratações, um recorde de todos os tempos, encabeçado por Arabia Saudita, Paquistão, Rússia e China (doi: https://doi.org/10.1038/d41586-023-03974-8). E mais, as 50 mil retratações contabilizadas até agora são consideradas a ponta do iceberg. Também sem comentários!


4. A publicação anual 2023-2024 da Research Information tem 42 páginas e contém informações valiosas para os interessados nos negócios em torno da publicação científica (https://www.researchinformation.info/issue/research-information-yearbook-20232024). Aliás, a Research Information é uma revista muito bacana para todos os envolvidos em gestão e comunicação da ciência (https://www.researchinformation.info).


5. Matthew A. Hyatt e seus colegas do Departamento de Ciências da Computação da Universidade de Chicago acabam de publicar uma proposta de triagem de imagens de Western blot que não só identifica se a imagem foi manipulada, ou gerada inteiramente de modo artificial, mas também identifica qual o programa que foi usado para gerá-la (Hyatt, Matthew; Thiruvathukal, George K.; Moreira, Daniel (2024). Robust Source Attribution of Synthetically Generated Western Blot Images. https://doi.org/10.6084/m9.figshare.24954600.v1). Assim, a boa notícia é que nesse mundo de múltiplas retratações, os programas de detecção de fraudes também avançam e de maneira a permitir evidenciar o culpado numa investigação formal.



News picked up during the end of the year holidays :)


Rudi de Lange from Tshwane University of Technology: More tips on recognizing predatory journals (https://retractionwatch.com/2023/12/22/journals-going-rogue-authors-beware/#:~:text=Pleading%20emails%20requesting%20papers%20are,to%20part%20with%20their%20work) published in Retraction Watch with permission from the journal Anfasa 2023, 7(4).

Who hasn't received those flattering emails inviting submissions to a journal? Well, predatory journals simply lie by using reputable editors' names, promising adherence to COPE's ethical rules, and claiming to do peer review. Beware, as many of these journals hide within lists (Scopus and Web of Science) of "authorized" journals. Tips from De Lange to detect them include recent office or editor address changes, payment information in strange and illogical locations given the journal's affiliation, incomplete editor names... Additionally, it's useful to examine recent issues to check if the journal's scope is consistent, if editors aren't co-authors on numerous articles, and if there are too many special editions. In the case reported here, the editor is now from Academic Research and Development (ARDA), which has several highly suspicious journals. All journals researched by the author are on the accreditation list compiled by the Department of Higher Education and Training (DHETs) of South Africa. Caution is advised!


2. The Chinese are doing their homework!

Nicko Goncharoff, by way of his consultancy for STM, discusses in Scholarly Kitchen the Chinese academic community's view on open access, scientific integrity, and the role of publishers in curbing dishonest practices in an article with the thoght-provoking title: "Mind the Gap – Understanding China's Perspective on Research Integrity and Open Access" (https://scholarlykitchen.sspnet.org/2023/11/15/guest-post-mind-the-gap-understanding-chinas-perspective-on-research-integrity-and-open-access/). Over 14 pages, it presents data and conveys perceptions shared by panelists in a meeting sponsored by STM and the Chinese Society of University Journals. Among other topics, the Chinese scientific community disagrees with the expensive gold open access system, considering it impossible to be chosen by developing countries in general and particularly by China, as many costs charged by reputable journals are deemed abusive.

I also found it very interesting that the Chinese Academy of Sciences currently maintains a list of journals categorizing expensive but valuable journals, expensive ones charging unreasonable prices according to their impact and quality, medium ones charging what they're worth, and a list of suspicious (predatory?) journals. The International Early Warning List (EWL) lists those with low manuscript rejection rates despite relatively high charges and identifies those to be avoided as the government won't cover their costs (APCheck service - http://gooa.las.ac.cn/APCheck/). Additionally, the graphic below illustrates where the unreasonable journals are located in the general outlook of academic publications.



The practical outcome of issuing this advance warning list has been a steep decline in submissions and revenue to these suspicious publishing companies. Bingo! An innovative approach attempting to address ethical and quality issues in scientific publishing by Chinese researchers.


3. Cringe-worthy: Mario Saad, a full professor at UNICAMP, accumulates four more expression of concern notices published by the prestigious journal Diabetes, adding to the existing 19 retractions. No further comments. Richard van Noorden in the journal Nature reports that 2023 accounted for over 10,000 retractions, an all-time record, led by Saudi Arabia, Pakistan, Russia, and China (doi: https://doi.org/10.1038/d41586-023-03974-8). Furthermore, the 50,000 retractions counted so far are considered the tip of the iceberg. Also, no comments!


4. The annual publication for 2023-2024 from Research Information spans 42 pages and contains valuable information for those interested in the business around scientific publishing (https://www.researchinformation.info/issue/research-information-yearbook-20232024). By the way, Research Information is a very cool magazine for everyone involved in science management and communication (https://www.researchinformation.info).


5. Matthew A. Hyatt and colleagues from the Department of Computer Science at the University of Chicago have recently published a proposal for screening Western blot images that not only identifies if the image has been manipulated or entirely generated artificially but also identifies the program used to generate it (Hyatt, Matthew; Thiruvathukal, George K.; Moreira, Daniel (2024). Robust Source Attribution of Synthetically Generated Western Blot Images. https://doi.org/10.6084/m9.figshare.24954600.v1). Thus, the good news is that in this world of multiple retractions, fraud detection programs are also advancing and can allow pinpointing the culprit in a formal investigation.



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