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  • Anna Goldberg

Novos modelos de pesquisa


Figura copiada do editorial comentado neste blog. Mouse neurons imaged using a method similar to one being developed as a high-throughput tool by a focused research organization. Credit: P. W. Tillberg et al./Nature Biotechnol.



Hoje trago um convite à comunidade científica repensar as formas de fazer ciência. Esse repensar vale para alunos, pesquisadores em formação e os já estabelecidos, que buscam um lugar ao sol num mundo em rápida evolução, e vale também para aqueles preocupados e envolvidos com o futuro da ciência em geral e no Brasil em particular. Chamo a atenção para um pequeno editorial publicado no início desse ano na revista Nature, “Unblock research bottlenecks with non-profit start-ups (https://doi.org/10.1038/d41586-022-00018-5)” que nos convida a esse exercício.


Em apenas 3 páginas, os autores desenham um universo de pesquisa muito mais variado, com diversas soluções possíveis que levaram ao sucesso, nas quais o ponto em comum é o foco direcionado das empreitadas, de projetos grandiosos e muito caros como o projeto do Genoma Humano, o ENCODE (https://www.encodeproject.org/) ou o BRAIN (https://braininitiative.nih.gov/brain-programs/cell-census-network-biccn ) a projetos menores, mas focados no resultado.


Os autores propõem uma terceira via inovadora em pesquisa, que são as FRO (Focused Research Organization), que seriam organizações sem fins lucrativos, voltadas para resolver problemas que não estão no radar dos laboratórios acadêmicos ou não tem aplicabilidade comercial imediata de interesse das startups ou das grandes empresas de fundo tecnológico.


Essas FRO ((https://convergentresearch.org/fro) seguem a mesma ideia das agências de pesquisa avançada (Advanced Research Projects Agency ou ARPA) com fins específicos como defesa, energia, clima e até saúde, com investimentos milionários e patrocinadas pelo governo americano. No entanto, são muito mais ágeis, com investimento bem menor e até tomando riscos tipo “moonshot”, mas sempre seguindo as Boas Práticas e a moldura empreendedora dos produtos de fundo tecnológico. Algumas iniciativas já estão sendo encaminhadas, tais como técnicas de alto rendimento para mapeamento do cérebro, instrumentos inovadores em biologia sintética para estudo de organismos não-modelo e intervenções para aumento da longevidade em modelos murinos.


Os desafios incluem a retenção de talentos apesar da falta de incentivos financeiros e de uma carreira acadêmica tradicional. Por outro lado, num mundo cada vez mais diversificado e complexo, novas formas de atuar em pesquisa e desenvolvimento tornam-se muito interessantes.

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