Um tema recorrente na formação técnico-científica deveria ser o tratamento a ser dispensado à informação e à proteção e à curadoria dos bancos de dados. Neste momento quando todos voltam seu interesse para a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) que deverá entrar em vigor agora em agosto de 2021, a falha em discutir esse tema, em todos os seus aspectos e consequências, se torna ainda mais importante e urgente. A LGPD visa primariamente a proteção de dados pessoais e acarreta, como consequência, repensar toda a forma de registro de dados sensíveis, como é o caso de dados de pacientes.
É nesse contexto que trago a vocês a oportunidade de aperfeiçoar os cuidados quando do registro dos seus resultados em planilhas Excel. De fato, é raro haver, nas áreas das Ciências da Saúde, um treinamento consistente no uso do programa Excel, o preferido de 9 em cada 10 pesquisadores, alunos e pessoal envolvido na pesquisa médica.
Recentemente, agora em julho, Nick Brown nos faz esse favor no seu blog (http://steamtraen.blogspot.com/2021/07/Some-problems-with-the-data-from-a-Covid-study.html ), onde discute um ensaio clínico de uso de ivermectina na Covid-19, publicado na forma de pre-print por um grupo egípcio. Além de plágio e de problemas no registro do ensaio clínico, entre outros, que levaram à retratação definitiva, as planilhas de dados, disponibilizadas pelos autores, exibem um festival de erros grandes e pequenos que são esmiuçados ao longo das 15 páginas do blog e que recomendo a todos ler com atenção. O diabo, já sabemos, mora nos detalhes!
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