Quando conto para meus netos que quando eu nasci (eu sou uma baby boomer) não tínhamos televisão em casa e que ia assistir o único programa infantil de TV, em branco e preto, na minha vizinha, eles me olham como se eu tivesse vindo de Marte! Como assim, não tinha televisão? Não tinha Netflix? Não tinha Disney Channel? E pior, não tinha celular?
Pois é, as formas de comunicação certamente mudaram muito nas últimas décadas, e não só por vídeo. Minha geração levantou a bibliografia em publicações do Index Medicus (já viram algum exemplar no museu?), fez cópias xerox (já viram uma dessas máquinas no museu?) de artigos para levar para casa para ler e estudar e escreveu suas teses em máquinas de escrever (já viram uma dessas máquinas no museu?).
Em junho de 2022, Charlie Rapple (um típico Geração X nascido na década de 70) tece comentários sobre as novas formas de comunicação das gerações dos milenares (nascidos entre 1981 e 1996) e da geração Z (nascidos após 1996). Não usam computador, não usam mail eletrônico, e, aliás nem usam o facebook. Esse já era..... Ambos, milenares e geração Z fazem tudo no celular então, por exemplo, se você quer comunicar-se com eles as suas postagens têm de se adequar ao tamanho da tela pequena!
Navegação fácil também é uma necessidade absoluta nessa era dos influencers e da comunicação fugidia. Matéria divertida por um professor chines em matéria da Nature (setembro de 2022) intitulada: How vlogging with my students enriched our Science, relata as suas peripécias e seu aprendizado para filmar clipes de divulgação do seu trabalho experimental e como seus alunos o ajudaram a se comunicar melhor.
Então, como comunicar ciência ao público de forma séria, correta e informativa? Essa é uma área em franco desenvolvimento e se você é criativo, comunicativo, tem empatia com o público, gostaria de usar seu talento para desenhar, para falar, para filmar ou para fotografar, aliar esse talento ao conhecimento e experiência obtidos na pós-graduação é uma opção muito interessante de carreira. Dou aqui alguns exemplos para os interessados.
1. Digite molecular walking no youtube e veja uma animação absolutamente maravilhosa de 22 segundos, Kinesin protein walking on microtubule, retirada de uma animação maior, de quase 10 minutos, sobre a vida invisível dentro de uma célula,
2. Consulte a página da Cactus (https://cactusglobal.com/brands/impact-science), uma empresa que presta serviços de comunicação e ampliação para gerar impacto dos achados na pesquisa (branding de ciência),
3. Visite os links https://www.scientificamerican.com/ ou https://cienciahoje.org.br/ ou ainda https://super.abril.com.br/ , revistas de divulgação científica consumidas por público com maior grau de educação. Nesse caso trata-se de escrever e desenhar,
4. Labjor é um centro de referência internacional que oferece especialização e pós-graduação em jornalismo científico e todas as suas variantes (http://www.labjor.unicamp.br/). Trata-se de uma Iniciativa pioneira da UNICAMP que já tem quase 30 anos de existência,
5. Para citar mais iniciativas no território nacional recomendo uma ida à página do Instituto Serrapilheira (https://serrapilheira.org/projetos). Vale muito a pena. Na aba de Projetos tem um grupo chamado Divulgação Científica com todos os projetos que o Instituto tem apoiado com esse objetivo. É um verdadeiro tesouro de iniciativas de excelência, inovadoras e muito criativas.
6. TED Talks produz vídeos curtos e primorosos sobre assuntos científicos voltados para o público leigo. Procure por TED-Ed animations: feed your curiosity, e consoante com a tendência tem agora canais de áudio sobre tudo e mais,
7. Podcasts? Lá no Spotify tem um canal chamado Science VS e outro mais elaborado chama-se Science of everything,
8. Por fim, o instagram está coalhado de divulgadores de ciência, em graus variáveis de qualidade, vinculados a indivíduos, grupos, universidades e até consultorias com a minha. Convido-os a me visitar (@goldbergconsultoria)!
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