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  • Anna Goldberg

Oportunidades de carreira: Usando competências digitais


No Global Skills Report 2022 do Coursera (https://www.coursera.org/skills-reports/global) há um parágrafo elucidativo na introdução. Lá diz: Não importa qual a área do conhecimento, as competências podem ser classificadas em duas categorias gerais: digitais e humanas. As primeiras incluem desde mídias sociais até segurança cibernética e sua importância aumentou muito durante a pandemia. Já as competências humanas incluem qualidades cognitivas, sociais e emocionais, tais como a criatividade, raciocínio lógico, capacidade de decisão e de comunicação. Todas essas competências são necessariamente usadas nas inúmeras oportunidades que existem no mercado de hoje e de amanhã.


Começo pelo mercado editorial das ciências e do desenvolvimento tecnológico (R&D) que se expandiram de forma logarítmica em curto espaço de tempo. De acordo com a empresa Clarivate, o crescimento é calculado em 4% ao ano e há mais de 30 mil revistas científicas ao redor do mundo, publicando milhões de artigos anualmente. As revistas de acesso aberto respondem por uma parte substancial das publicações. A revista PLoS sozinha publica em torno de 17000 artigos a cada ano!


Além dos trabalhos mais tradicionais ligados à publicação da ciência, tais como os cargos para efetuar a correção de manuscritos e proceder à editoração final, há outros como ser editor de área ou redator de editoriais e resumos em revistas ou páginas especializadas. São bons exemplos as “newsletters” como Nature Briefing, Science News e The Scientist, mas há muitas outras. Todos esses cargos pedem formação superior e em muitos casos uma especialização e até alguns anos na carreira acadêmica. Além disso, há diversas páginas voltadas para as questões ligadas à publicação de artigos científicos.


Um exemplo interessante é a Scholarly Kitchen, o blog da Sociedade para Publicação Científica (https://scholarlykitchen.sspnet.org/about/), onde os “chefs” dessa cozinha, todos egressos ou ainda ativos no trabalho acadêmico, organizam e postam matérias ligadas ao mundo editorial. Esse mundo editorial tem várias organizações voltadas para sua melhoria e para a divulgação e discussão de estratégias e soluções, em um mundo cada vez mais digital. Vejam The Publication Plan, para o mundo editorial na área médica (https://thepublicationplan.com/), o COPE (https://publicationethics.org/) que lida com a ética na publicação científica e o ICJME (https://www.icmje.org/) já bem conhecido de todos.


Já deu para perceber que, nessa área, um bom inglês é essencial, certo? E que a aquisição de competências digitais abre o caminho para atuar usando as competências adquiridas na graduação e pós-graduação.


Competências digitais são também uma necessidade absoluta para navegar as mais novas tecnologias nas ciências biológicas, tais como sequenciamento de DNA e RNA, análise de biomarcadores e de células, caracterização fina de proteínas e pequenas moléculas. A bioinformática e as diferentes aplicações usando a ciência de dados fazem parte integral deste cenário. Também há oportunidades interessantes nas empresas de representação e venda dos equipamentos biomédicos usados nessas técnicas (Field Application Scientist), que pedem formação superior e domínio metodológico desses equipamentos, com oportunidades de viagem e networking convidativos.


Mas, o que vem a ser uma competência digital? De acordo com o relatório : Digital Skills Gap Index 2021, editado pela Wiley (https://dsgi.wiley.com/) , a lista de competências técnicas, ou seja, as habilidades e conhecimentos necessários esperados pelas organizações modernas incluem a familiaridade com conceitos e metodologias estatísticas, a possibilidade de aplicar tecnologia da informação, o emprego de linguagem de programação, a capacitação no uso de softwares de captura, curadoria, análise e inspeção de dados, as técnicas de aprendizado de máquina (machine learning) e processos de decisão.


Apesar de ligadas predominantemente às engenharias e às ciências matemáticas, nas ciências biológicas esses conhecimentos trazem consigo oportunidades de carreiras em áreas tão diversas quanto trabalhar na inovação e em startups, em saúde pública, na descoberta de drogas (drug discovery) e no desenvolvimento e na certificação de equipamentos de ponta. Artigo da revista Nature de junho de 2022 conta a experiência de um jovem pesquisador que fez parte do seu projeto de doutorado em Química, num laboratório exclusivamente habitado por robôs (Cloud labs: where robots do the research, https://www.nature.com/articles/d41586-022-01618-x), da empresa Emerald Cloud Lab (veja a Figura), onde ele foi trabalhar após obter seu título!


Tudo que foi listado aqui exige a aderência à boa governança e itens hoje incluídos no rol das boas práticas são a gestão de dados e a segurança cibernética, pois garantem a qualidade, rastreabilidade, confidencialidade e longevidade da informação.


No mesmo relatório DSGI 2021, Singapura se encontra em primeiro lugar, mas o Brasil está lá atras, na posição 93 (de um total de 134 países ranqueados). De fato, entre os cursos mais procurados por brasileiros no Coursera (www.coursera.org), empresa que oferece cursos de graduação e especialização, por via remota, estão justamente os cursos de Tecnologia da Informação, Ciência de Dados e Estatística.


Muita gente por aqui já se deu conta que vai precisar disso para ter uma carreira de sucesso. E, mais, sejam benvindos ao metaverso!

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