Tuitar ou não tuitar: eis a questão
- Anna Goldberg
- 3 de nov.
- 2 min de leitura

Confesso: Nunca gostei do twitter. Para o meu processo mental ele sempre foi rápido demais, fugaz demais e superficial demais. Talvez seja mesmo uma questão de gerações. Eu nunca abandonei o email, onde posso ler, pensar, organizar, arquivar e, importante, achar a informação que eu preciso semanas, meses e até anos depois!
Trago esse assunto à baila hoje, depois de ler um excelente editorial de Deirdre Watchorn e Marion Schnelle (De Gruyter) sobre a fragmentação dos canais de comunicação entre pesquisadores, sejam acadêmicos ou não, jovens ou seniores, de diversas áreas de atuação, e de como os pesquisadores estão se adaptando e mudando suas prioridades e o que estão perdendo ou ganhando com suas decisões (Guest Post — The Great Pullback: Why Academic Social Media’s Fragmentation Matters - The Scholarly Kitchen (sspnet.org)). Vale a pena ler e refletir, fazer as suas escolhas de como você quer se comunicar com os seus pares e com a sociedade. Nesse admirável mundo novo onde dilúvios de informação de qualidade estão ao alcance de todos, mas também se encontram repletos de informação falsa, essa decisão de onde, como, e com quem se comunicar é muito relevante.
No estudo feito acessando as preferências de 1800 pesquisadores na academia, emerge um quadro de uma comunidade que já não está feliz com as mídias sociais, devido à pressão que exercem, a fadiga que provocam e os retornos que estão minguando. Dois terços dos consultados diminuíram o seu uso das mídias sociais! A pressão para manter as suas postagens de forma regular e até aguentar as respostas malcriadas, a fadiga de ter de fazer isso em adição a todo o resto das atividades de fazer ciência que incluem a própria pesquisa, a busca de financiamento, as atividades de mentoria e de ensino, são as causas principais dessa diminuição. Os retornos minguam porque o fenômeno é generalizado e a migração para outros canais de comunicação fragmentou as redes de relacionamento. Para resumir, twitter e facebook estão em baixa, linkedin, bluesky, mastodonte e substack estão em alta.
E a questão da manutenção do controle do conhecimento que você gerou está mais presente do que nunca. Uma das consequências disso é a volta para formas antigas e mais confiáveis de comunicação, incluindo os eventos presenciais. E, pasmem: o email voltou com força total o que me deixa com uma profunda sensação de alívio. É como a moda feminina: sabe aquele vestidinho que estava esquecido no seu armário? Pois é, estou em dia e atualizada novamente.




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