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  • Anna Goldberg

Vergonha alheia!!



Esse artigo, publicado inicialmente na forma de preprint por um grupo de 15 autores, inlcuindo Flavio Cadegiani (o investigador principal) e outros brasileiros, ganhou notoriedade quase que instantânea ao ser publicado, pois havia inconsistências importantes que incluíam questões de randomização e de datas de inclusão de pacientes no estudo e de análise dos resultados.


O artigo já tinha sido rejeitado pelas revistas New England Journal of Medicine e Lancet, entre outros motivos, porque os resultados relatados eram inverossímeis pela sua magnitude e os dados brutos não puderam ser revistos.


Matéria da Science (https://www.science.org/content/article/too-good-be-true-doubts-swirl-around-trial-saw-77-reduction-covid-19-mortality ) datada do início de julho, informa que a CONEP já estava fazendo uma investigação desde o início de junho devido a falta de comunicação rápida de mortes ocorridas durante o estudo, como manda a legislação. Haviam sido relatadas mais de 200 mortes durante o estudo, um número enorme, mesmo levando em conta as condições de saúde pública no estado do Amazonas, onde o ensaio foi conduzido.


Além disso, o recrutamento, condução do ensaio e apresentação dos primeiros resultados ocorreu em tempo recorde, praticamente impossível, disseram especialistas.

A história, infelizmente não parou por aí. Em novembro, artigo na prestigiosa British Medical Journal (https://www.bmj.com/content/375/bmj.n2819) sob o título Covid-19: Trial of experimental “covid cure” is among worst medical ethics violations in Brazil’s history, says regulator, discorre sobre os achados da investigação pela CONEP, que inclui falhas graves no consentimento livre e esclarecido dado pelos pacientes, muitos dos quais sequer foram informados da participação em um ensaio experimental. Além disso, o estudo não foi conduzido no hospital para o qual ele foi aprovado e incluiu um número maior de pacientes que o aprovado pela CONEP (http://conselho.saude.gov.br/ultimas-noticias-cns/2033-conep-cns-pede-que-procuradoria-geral-investigue-200-mortes-em-estudo-irregular-com-proxalutamida-para-tratar-covid-19 ).


E eu estou relatando aqui apenas um resumo da história toda! Não menos importante está o fato que vários estudos com drogas similares estão sendo conduzidas no mundo todo, mas não confirmam os resultados espetaculares relatados no estudo com a proxalutamida.


Por fim, além do estudo irregular no Amazonas, o mesmo grupo realizou um ensaio clandestino com o remédio em um hospital militar de Porto Alegre, conforme consta em nota pública do CNS. Precisa dizer que o investigador principal nega as acusações e diz que a CONEP é corrupta e está perseguindo-o?

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