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  • Anna Goldberg

Vergonha alheia #5: Desta vez a vítima é um pesquisador brasileiro!




Desta vez uso a nossa série vergonha alheia para contar do Werther Ramalho, um cientista

brasileiro que teve seu trabalho de pós-doutorado, publicado em 2013, plagiado praticamente

palavra por palavra! Nas palavras dele próprio: “They stole years of effort and dedication that I had at

the beginning of my career as a scientist! Horrible!” 9 https://retractionwatch.com/2022/10/28/horrible-

scientist-finds-plagiarized-copy-of-his-paper-and-cant-get-the-journal-that-published-it-to-pay-

attention/) .


Foi um colega de trabalho que descobriu e avisou. E aí, começou a saga do Werther para obter a

retratação, até agora sem sucesso. O plágio foi publicado por dois autores indianos, na revista

Journal of Critical Reviews, que olimpicamente ignorou os repetidos pedidos de retratação. Nem a

revista brasileira Zoologia, onde o trabalho foi originalmente publicado, nem a plataforma Scielo

conseguem ajudar o autor. Só nos resta juntar-nos ao coro dos indignados, marcar a revista de

revisões como criminosa e alertar para que ninguém caia na armadilha de publicar lá. Ao buscar

referências no Google fui parar numa página de uma empresa que supostamente presta serviços de

verificação de artigos localizada na Indonésia. Realmente parece a toca do coelho no livro da Alice

no País das Maravilhas.


Entrando em outra toca de coelho, essa bem mais extensa e complexa, o jovem pesquisador na área

de Dinâmica de Fluidos, Nick Wise (https://retractionwatch.com/2022/10/25/meet-a-sleuth-whose-

work-has-resulted-in-more-than-850-retractions/) descobriu um mundo inteiro de comércio

fraudulento na publicação científica e tem ajudado as editoras e navegar num mundo muito estranho,

habitado pelas chamadas “frases torturadas”, onde termos técnicos são trocados por palavras com o

mesmo sentido mas não utilizadas de modo rotineiro, e, por isso, acabam passando por baixo do

radar dos aplicativos de detecção de plagio. E mais, ele e outros que fazem o mesmo tipo de

trabalho de detective, identificam como eles detalham: “There’s this entire economy, ecosystem of

Facebook groups, Whatsapp groups, Telegram channels selling authorship for papers, selling

citations, selling book chapters, selling authorship of patents.” Ele já conseguiu sucesso em mais de

850 retratações!


Cuidado pessoal, antes de publicar seu precioso trabalho, façam cuidadosa pesquisa sobre a

credibilidade da revista escolhida.

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