Escrevemos, em matéria recente no Folhamed (http://newsletter.folha.com.br/folhamed/202006250800-folhamed.shtml), que vivemos, sem dúvida nenhuma, em tempos extraordinários que pedem a revisão das formas de viver, trabalhar e fazer ciência. Nesse novo cenário, o que nós chamamos de integridade científica adquire importância crescente, como podem atestar os inúmeros textos, verídicos ou não, na mídia e nos jornais, que buscam fazer sentido do novo conhecimento amealhado pela comunidade científica.
Nesta matéria noticiamos a retratação de dois artigos de forte impacto, em duas das revistas de maior impacto na área médica (The Lancet e New England Journal of Medicine), avaliando o uso de anti-hipertensivos e da hidroxicloroquina, com e sem antibióticos associados. O primeiro sugeria que o uso de anti-hipertensivos não oferecia perigo e o segundo, ao contrário, que a cloroquina e hidroxicloroquina estavam associados a um aumento de mortalidade em doentes graves hospitalizados. Essas publicações geraram enorme controvérsia, com desdobramentos não só para as instituições de pesquisa e hospitais de ponta mundiais, mas também para políticas públicas de saúde, levando a decisões de forte impacto pelos países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A página do Retraction Watch, indica que até março de 2021, 91 artigos sobre os mais diversos assuntos relativos à essa pandemia já foram retratados.
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