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Lição #2 Photoshop já era? Riscos e cuidados na manipulação de imagens ao publicar a sua pesquisa

  • Anna Goldberg
  • 22 de jul.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de set.

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Você já parou para pensar no impacto que a manipulação de imagens pode ter na credibilidade científica? E na sua carreira?


A duplicação de imagens, a falsificação de dados levando a gráficos e figuras -mais interessantes- e a má-fé, de modo geral, são fraude e devem ser punidas com a retratação do artigo quando não do responsável pelo engano. Mas, atenção: Ajustar imagens é uma prática comum, mas o excesso pode enganar, distorcer resultados e comprometer a integridade da pesquisa e, também, resultar em retratação do artigo. Em bom português: se o pesquisador for questionado, explicar que focinho de porco não é tomada e que foi um erro honesto é desgastante e pode não ter sucesso.


É por isso que diretrizes de revistas recomendam processamento mínimo. E mais, exigem que os originais estejam disponíveis e que os autores informem quando modificaram ou editaram uma foto em qualquer grau. Manipular para sustentar achados inválidos é fraude, mina a confiança na ciência e fere a reputação e a carreira dos autores. Artigo recente (https://doi.org/10.1038/s41562-025-02154-0) de Shahan Memon e colaboradores na Nature Human Behavior pontua que 46% dos jovens pesquisadores deixam as suas carreiras para trás, por ocasião em que ocorrem as retratações e há sugestão que os que permanecem em seus postos, passam a  depender de novos colaboradores de peso para alavancar as suas carreiras.

Por outro lado, novas tecnologias e ferramentas, inclusive com o uso de inteligência artificial, ajudam a detectar alterações e inconsistências que antes passariam despercebidas. A turma de detetives que fazem de sua missão a busca e apreensão de fraudadores, acaba de disponibilizar um conjunto de instrumentos de acesso aberto que qualquer um pode usar e que está disponível através do Center for Open Science (OSF). É o COSIG (The Collection of Open Science Integrity Guides (COSIG): Expanding participation in post-publication peer review (zenodo.org)), compilado por Reese Richardson, que inclui orientações de boas práticas na condução da pesquisa e instruções para detectar desde imagens manipuladas a revistas predatórias. A seguir uma parte das ferramentas disponíveis na última versão que data de 8 de julho de 2025.


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Um exemplo claro do que essas novas tecnologias são capazes é pontuada pela própria Elizabeth Bik, a pioneira na arte de detectar imagens fraudulentas, que identificou a duplicação de imagens que levaram à retratação de vários artigos do cirurgião em urologia Allen Gao, diretor de pesquisa da Universidade da California em Davis (https://retractionwatch.com/2025/04/22/uc-davis-research-director-allen-gao-retractions-image-manipulation/). Esse é apenas um dos inúmeros pesquisadores já flagrados por má-conduta pela famosa pesquisadora.


Para evitar riscos, vale investir em capacitação, trocar experiências com colegas e sempre revisar práticas. Ética e vigilância caminham juntas para manter a qualidade da produção científica. Pode começar escolhendo da lista de aplicativos de detecção de plágio em  Softwares para detecção de similaridade e de plágio - Sistema de Bibliotecas (furg.br) que lista 7 detectores gratuitos, ou se aventurar no recém lançado guia de Heathers, J. (2025). An Introduction to Forensic Metascience (https://doi.org/10.5281/zenodo.14871843), que apresenta um foco fortemente direcionado para as falácias em estatística e análise de dados e pode ajudar você, meu caro leitor a fazer suas pesquisas com toda a atenção que merecem.


Na Goldberg Consultoria, defendemos a ciência feita com rigor e transparência. Continue acompanhando nossos conteúdos para fortalecer boas práticas em integridade científica.

 
 
 
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