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Nhem-nhem-nhem ...

  • Anna Goldberg
  • 2 de jun.
  • 2 min de leitura

Fiquei pensando se escrevo sobre o assunto ou não. Do jeito que o mundo anda, parece que o que a gente escreve sobre problemas na comunicação e na pesquisa resultam em mais descrédito e não em maior apoio à credibilidade do conhecimento científico! Em todo caso, em nome da honestidade e transparência, lá vai...

Dessa vez trata-se de um livro sobre fraude nos estudos da doença de Alzheimer, que coloca em xeque a hipótese das placas amilóides como causa ou agravante da doença, na qual se baseia uma maioria de estudos na área e é a base de medicamentos em fase de lançamento. Apesar da aparente aceitação, de modo geral, o livro, que não é revisado por pares nem passa por nenhum crivo, também gerou críticas contundentes, publicadas em editais no Lancet Neurology, JAMA e outros. Os autores alegam que não foram ouvidos quando rebateram essas críticas (‘More of the same’: Journals, trade website refuse tocorrect critiques of book on Alzheimer’s fraud – Retraction Watch).

Eu li o resumo no Retraction Watch, as alegações dos autores e o editorial do Lancet Neurology (Fraud, arrogance, and tragedy: the case of Doctored - The Lancet Neurology) e confesso que não consegui decidir quem tem razão. Como diriam os ingleses, o júri ainda não decidiu e você, meu leitor interessado nessa área de estudo tão importante, precisará ler o livro, os comentários, as críticas e tirar suas próprias conclusões. Esse é um bom exemplo de como narrativas alternativas podem confundir o pesquisador, o leigo interessado, e, pior, ser usado politicamente. Esta publicação já foi citada pelo Secretário de Estado da Saúde Robert F Kennedy Jr, em audiências no Senado americano.

 

 
 
 

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