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Retratações científicas: quando (e por que) a ciência volta atrás

  • Anna Goldberg
  • 6 de ago.
  • 2 min de leitura
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Você já parou para pensar no que leva um artigo científico a ser retratado? E mais: será que toda retratação é sinônimo de fraude? Uma rápida olhada na base de dados do Retraction Watch, que acaba de completar 15 anos de existência (crossref / retraction-watch-data · GitLab) indicou um arquivo tão grande que fica impossível uma análise rápida. Tive de perguntar os números para o ChatGPT. São esses: a base tem hoje mais de 60 mil entradas, das quais 3/4 são retratações. No entanto, com afiliação em instituições brasileiras, as retratações não chegam a 200. Uma boa notícia ou um indicativo de que denúncias e trabalhos de detetive revisando os artigos publicados são ainda uma raridade no nosso meio.

A retratação ainda é vista como tabu, mas pode ser um sinal de que a ciência está funcionando. Corrigir erros, revisar métodos e aprender com falhas faz parte do processo científico. Quando bem conduzida, a retratação fortalece a credibilidade da produção acadêmica. Nem toda retratação indica má conduta. Problemas metodológicos, falhas estatísticas, uso inadequado de ferramentas ou interpretações equivocadas também podem justificar a retirada de um artigo.

Mas, atenção! Retratações impactam diretamente na vida do pesquisador, especialmente os em início de carreira. Muitos acabam desistindo, buscando se profissionalizar em outras áreas, como já comentado na minha lição #2.

Por outro lado, há casos em que a causa é, de fato, a fraude: manipulação de dados, plágio, autoria indevida, conflitos não declarados ou fabricação de resultados. Casos extremos de falsificação de dados, como os que patrocinaram a cloroquina para tratar Covid-19 ou a falsa ligação entre vacina contra sarampo e o autismo são exemplos notórios habitam há anos as publicações científicas e os jornais.

A base de dados Retraction Watch mostra que os números vêm crescendo. Isso não significa que a ciência está pior, e sim que está sendo mais observada, mais auditada e mais transparente. Ferramentas tecnológicas e práticas de revisão pós-publicação estão tornando esse processo mais acessível e visível, inclusive detectando as numerosas publicações vindas de revistas predatórias, da venda de autoria e dos paper mills. Não caia nessa tentação!


Quer saber mais? Veja as orientações em


Na Goldberg Consultoria, acreditamos que reconhecer e corrigir erros é um pilar da integridade científica. Falar sobre retratações é defender uma ciência responsável.


Lição de casa:

Pesquise um caso de retratação científica recente. Descubra o motivo e reflita: o que poderia ter evitado esse desfecho?

 
 
 

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